sexta-feira, 31 de março de 2017


Orixá Oxum, Osun
A deusa dos rios
Oxum, Osun
Da África para o Brasil

"Esta explanação é sobre a visão de quem é a Orixá Oxum como é chamada no Batuque do RS na própria África, sem as influências da cultura brasileira, católica, indígena no seu ritual"

            Na áfrica existe um rio que corre na Nigéria pelos territórios de Ijexá e Ijebu, que carrega o nome da dona do rio, a deusa Oxum. Tendo seu aspecto divino e um ancestral, foi considerada filha da Orixá Oloxá com Obokum, sendo neta de Oduduwá, Oxum é chamada na áfrica de Iyálóòde, titulo da mulher que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade, pois é a dona de todos os rios e de toda água doce, e sem água não pode existir vida na terra. Fato confirmado pela criação do mundo, pois quando Olodumaré enviou os orixás para povoarem a terra, nada era possível para eles, as vegetações não cresciam e as primeiras formas de barro criadas não conseguiam se manter foi quando Olodumaré percebeu a falta de um orixá na terra e enviou oxum que trouxe seus rios, criando assim todas as vegetações e dando a água que forma 70% do corpo humano de forma pura.
            Na áfrica as mulheres que desejam ter filhos dirigem oferendas e ebós para Oxum, pois ela controla toda a fecundidade da vida, segundo a lenda citada acima ainda, eram realizadas reuniões periódicas entre os orixás e as mulheres não podia participar, Oxum revoltada por serem as mulheres postas de lado, se vingou e tornou todos os seres estéreis e tudo mais que os orixás determinassem que fosse criado, ela dava seu jeito de impedir a efetividade, atrapalhando tudo no andar do mundo.
            Logo todos os orixás foram até Olodumaré explicar o que estava acontecendo, ele de pronto perguntou se Oxum estava indo as reuniões, diante a negativa dos orixás, Olodumaré explicou que sem ela nada daria certo, pois ela detinha o poder da fecundidade de tudo. De volta a terra os orixás convidaram Oxum a participar de todas suas reuniões e tudo se tornou fértil novamente, mas mesmo assim Oxum deixou o castigo para o mundo, onde algumas pessoas ainda nasceriam estéreis para nunca se esquecerem da importância das mulheres no mundo.
            Hoje na áfrica o principal local de culto a Oxum está na cidade de Osogbo, onde ocorre uma enorme festa anual para está orixá, deriva da chegada de Laro o fundador da dinastia Osogbo, onde ele reconhecendo a fertilidade do solo fundou sua cidade, mas alguns dias depois uma de suas filhas desapareceu no rio, ele fez ebós e oferendas ao rio e sua filha voltou a salvo vestida como uma rainha e contou a Laro que havia sido acolhida pela divindade das águas como sendo sua filha, para mostrar a gratidão pela Oxum, entregou no rio inúmeras oferendas e os peixes mensageiros de Oxum vieram comer tudo, logo um peixe veio e cuspiu água em Laro que tomou desta água e fez o pacto com o rio, ele louvaria o rio sempre e uma vez ao ano realizaria grandes festividades em homenagem á Oxum, até deu o nome a cidade de Osun Gbó, “Oxum está em estado de maturidade”, abreviado depois para Osogbo.
            A Oxum na áfrica ainda é considerada a segunda esposa de Xangô, mas antes foi esposa de Ogum, de Orunmilá e de Oxóssi.

            Na áfrica Oxum é uma divindade única, porem recebe vários nomes entre Igedé onde nasce o rio até Lké onde ele deságua em uma lagoa. No Brasil não mudou muito estas concepções da Orixá Oxum, se mantendo ainda muito pura diante o culto Yorubá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário