Orixá
Oxum, Osun
A
deusa dos rios
Oxum,
Osun
Da
África para o Brasil
"Esta explanação é sobre a visão de quem é a Orixá Oxum como é chamada no Batuque do RS na própria África, sem as influências da cultura brasileira, católica, indígena no seu ritual"
Na
áfrica existe um rio que corre na Nigéria pelos territórios de Ijexá e Ijebu,
que carrega o nome da dona do rio, a deusa Oxum. Tendo seu aspecto divino e um
ancestral, foi considerada filha da Orixá Oloxá com Obokum, sendo neta de
Oduduwá, Oxum é chamada na áfrica de Iyálóòde, titulo da mulher que ocupa o
lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade, pois é a dona de todos
os rios e de toda água doce, e sem água não pode existir vida na terra. Fato
confirmado pela criação do mundo, pois quando Olodumaré enviou os orixás para
povoarem a terra, nada era possível para eles, as vegetações não cresciam e as
primeiras formas de barro criadas não conseguiam se manter foi quando Olodumaré
percebeu a falta de um orixá na terra e enviou oxum que trouxe seus rios,
criando assim todas as vegetações e dando a água que forma 70% do corpo humano
de forma pura.
Na
áfrica as mulheres que desejam ter filhos dirigem oferendas e ebós para Oxum,
pois ela controla toda a fecundidade da vida, segundo a lenda citada acima
ainda, eram realizadas reuniões periódicas entre os orixás e as mulheres não podia
participar, Oxum revoltada por serem as mulheres postas de lado, se vingou e
tornou todos os seres estéreis e tudo mais que os orixás determinassem que
fosse criado, ela dava seu jeito de impedir a efetividade, atrapalhando tudo no
andar do mundo.
Logo
todos os orixás foram até Olodumaré explicar o que estava acontecendo, ele de
pronto perguntou se Oxum estava indo as reuniões, diante a negativa dos orixás,
Olodumaré explicou que sem ela nada daria certo, pois ela detinha o poder da
fecundidade de tudo. De volta a terra os orixás convidaram Oxum a participar de
todas suas reuniões e tudo se tornou fértil novamente, mas mesmo assim Oxum
deixou o castigo para o mundo, onde algumas pessoas ainda nasceriam estéreis
para nunca se esquecerem da importância das mulheres no mundo.
Hoje
na áfrica o principal local de culto a Oxum está na cidade de Osogbo, onde
ocorre uma enorme festa anual para está orixá, deriva da chegada de Laro o
fundador da dinastia Osogbo, onde ele reconhecendo a fertilidade do solo fundou
sua cidade, mas alguns dias depois uma de suas filhas desapareceu no rio, ele
fez ebós e oferendas ao rio e sua filha voltou a salvo vestida como uma rainha
e contou a Laro que havia sido acolhida pela divindade das águas como sendo sua
filha, para mostrar a gratidão pela Oxum, entregou no rio inúmeras oferendas e
os peixes mensageiros de Oxum vieram comer tudo, logo um peixe veio e cuspiu
água em Laro que tomou desta água e fez o pacto com o rio, ele louvaria o rio
sempre e uma vez ao ano realizaria grandes festividades em homenagem á Oxum,
até deu o nome a cidade de Osun Gbó, “Oxum está em estado de maturidade”,
abreviado depois para Osogbo.
A
Oxum na áfrica ainda é considerada a segunda esposa de Xangô, mas antes foi esposa
de Ogum, de Orunmilá e de Oxóssi.
Na
áfrica Oxum é uma divindade única, porem recebe vários nomes entre Igedé onde
nasce o rio até Lké onde ele deságua em uma lagoa. No Brasil não mudou muito
estas concepções da Orixá Oxum, se mantendo ainda muito pura diante o culto
Yorubá.
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