Orixá Ogum, Ògún
O ferreiro dos Orixás
Quem é
Ògún?
Da
África para o Brasil
"Esta explanação é sobre a visão de quem é o Orixá Ogum como é chamado no Batuque do RS na própria África, sem as influências da cultura brasileira, católica, indígena no seu ritual"
Ogum
Mejé como personagem único e histórico em território africano, sendo um dos
mais antigos deuses Yorubás, foi o filho mais velho de Oduduwá, o fundador de
Ifé. Tendo ele sido o mais enérgico dos filhos do conquistador Oduduwá,
gostando muito de guerrear e conquistar tudo que estava ao seu alcance. Quando
saia as suas batalhas sempre voltava para casa com numerosas quantias de
riquezas e muitos escravos.
Ogum
Mejé também conquistou a cidade Ire, onde matou o rei da cidade e depois
colocou seu filho no trono, foi nesta conquista que Ogum Mejé ganhou o titulo
de Ogum de Oníìré “rei de Ire”, adaptado mais tarde no Brasil para Ogum Onira.
Porem algo que sabemos porem não sabemos exatamente o porquê, é o fato de que
nunca foi permitido a Ogum usar uma coroa, usando apenas uma espécie de diadema
chamada de Àkòró, dando também o titulo a Ogum de Ògún Aláàkòró e Ogum Onira,
sendo o mesmo Ogum em ambos os casos, apenas o Brasil que em parte realizou uma
grande confusão neste aspectos e acabou por separar o rito.
Considerado
na áfrica como o deus do ferro, dos ferreiros, agricultores, caçadores, açougueiros,
barbeiros etc. todos que trabalham com o manuseio de metal, faz com que Ogum
seja um Ebora cultuado por um extenso território africano, pois sem ele o mundo
com certeza pararia de imediato, sem seu auxilio para seguirmos com a
agricultura como principal exemplo da importância de Ogum.
Ogum
sempre teve uma vida amorosa muito ativa, e teve muitos filhos, alguns
divinizados e outros não, mas dois importantes filhos de Ogum cultuados no
Brasil são Oxóssi e Oraniã.
Há
mais importante da lendas de Ogum Onira na África é sobre o massacre que ele
cometeu em Ire, conta-se que após uma longa ausência de Ire, Ogum resolveu
visitar o filho que assumira o trono de Ire. No dia de sua chegada a Ire, as
pessoas celebravam uma cerimônia em que ninguém poderia falar sob nenhum
pretexto. Ogum tinha fome e sede; viu vários potes de vinho de palma, mais
ignorava que estivessem vazios. Ninguém o havia saudado ou respondido às suas
perguntas. Ele não era reconhecido no local por ter ficado ausente por muito
tempo. Ogum, cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral, por
ele considerado ofensivo. Começou a quebrar com golpes de sabre os potes e,
logo depois, sem poder se conter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais
próximas, até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe as suas comidas
prediletas, como cães e caramujos, feijão regado com azeite-de-dendê e potes de
vinho de palma. Enquanto saciava sua fome e sua sede, os habitantes de Ire
cantavam louvores onde não faltavam a menção a Ògúnjajá, que vem da frase Ògún jê
aja (Ogum come cachorro), o que lhe valeu o nome de Ògúnjá. Satisfeito e
acalmado Ogum lamentou seus atos de violência e declarou que já vivera
bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela
terra adentro com uma barulheira assustadora. Antes de desaparecer, entretanto,
ele pronunciou algumas palavras. A essas palavras, ditas durante uma batalha,
Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o invocou.
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